"Gol Pernambuco! É mais do que a notícia, é um grito de torcida pelo nosso futebol. E quanto mais opiniões tivermos ao nosso favor, mais títulos conquistaremos. Pernambuco é apaixonado por futebol, e quem é apaixonado por futebol sabe o que é bom gritar. GOL PERNAMBUCO!" Fernando Tasso - Blog Extracampo

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Interior com estádios desestruturados

A falta de estrutura de boa parte dos estádios dos clubes do Interior do Estado é nítida quando observamos as imagens pela TV de algum jogo do Campeonato Pernambucano. A dimensão do campo e a capacidade são pequenas, os gramados são irregulares e os vestiários ruins. A maioria dos estádios recebe no máximo cinco mil pessoas, com exceção do Gigante do Agreste (12 mil), em Garanhuns; Luiz Lacerda (20 mil), em Caruaru, e o Carneirão (10 mil), em Vitória de Santo Antão. A pouca capacidade faz as arenas ficarem superlotadas com facilidade e tira um pouco do brilho dos espetáculos, sem falar do desconforto do público que vai assistir as partidas.
Esse problema poderia ser resolvido através de um incentivo do Governo do Estado com a criação de um financiamento para que os clubes do interior reformassem e aumentassem seus estádios. Na década de 80, o então governador Marco Maciel, a partir da compra de um terreno no bairro do Indiano, em Garanhuns, iniciou a construção do Gigante do Agreste (foto), com um financiamento vindo do antigo Bandepe. Boa parte do campo do Sete de Setembro foi construída com o dinheiro do empréstimo.

A iniciativa poderia fazer com que os clubes iterioranos construíssem poços com alta capacidade de abastecimento de água para melhorar a qualidade dos gramados. A solicitação de um projeto como esse poderia ser feita pelos municípios onde as arenas são localizadas ou até mesmo pela Federação Pernambucana de Futebol (FPF). Ideias de como melhorar o futebol local são inúmeras, porém falta iniciativa de nossas autoridades.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Nordeste Independente

Já que existe no sul esse conceito
Que o Nordeste é ruim seco e ingrato
Já que existe a separação de fato
É preciso torná-la de direito
Quando um dia qualquer isso for feito
Todos dois vão lucrar imensamente
Começando uma vida diferente
De que agente até hoje tem vivido
Imagina o Brasil ser dividido
E o Nordeste ficar independente

O belíssimo verso tirado da música de Bráulio Tavares e Ivanildo Vila Nova - Nordeste Independente - na vida real não passa de uma utopia. A obra retrata a revolta em relação ao preconceito sulista. O descaso, a exclusão e da falta de oportunidade que as pessoas que nasceram ou que vivem na parte de cima do mapa brasileiro vivem. A música mostra a vontade ter o Nordeste separado do Restante do país. Apesar de utópica, a composição da dupla pode servir como reflexão para o momento que o futebol nordestino vem atravessando no cenário nacional. Ela faz a gente refletir e parar para pensar que o futebol nordestino precisa ser reformulado. Isso porque estamos vivendo um dos mais difíceis momentos da história dos nossos clubes. A queda de divisão de times tradicionais como Sport, Náutico, Fortaleza e entre outros times mostra a necessidade de mudanças.

A fragilidade de nossos clubes é uma consequência direta do deficiente campeonato estadual que acontece nos nove estados nordestinos. O Campeonato Pernambucano, que há décadas é dominado por apenas pelos três clubes da capital e marcado pela falta de estrutura da maioria dos times interioranos. É o reflexo da mesmice do Campeonato Baiano, que vive apenas de Bahia e Vitória. Do fraco certame Cearense, entre Fortaleza e Ceará. Da competição pouco atrativa que acontece nos estados de Alagoas, Paraíba, Sergipe, Rio Grande do Norte, e que levam torcedores a acompanhar o Campeonato que é transmitido pela TV em rede nacional.

Essa queda de nosso clubes parece chamar ainda mais a atenção para o caminho errado que estamos tomando em relação ao futuro. Os tempos mudaram. Estamos perdendo dinheiro e o pouco de prestígio que tínhamos. Por causa de um calendário imposto pela CBF, acabamos com a única competição regional que havia dado certo no Brasil. O Campeonato do Nordeste precisa retornar. Mesmo que fique no lugar dos tradicionais, mas falidos estaduais. Essa competição precisa ser bem pensada antes que fique muito tarde.

A criação do Nordestão não iria acabar com o futebol do interior como muitos alegam, pois os estados nordestinos, em sua maioria, são pequenos territorialmente e a competição poderia ser feita com duas ou três divisões sem muito gasto para os clubes com menor poder aquisitivo. As vagas na Copa do Brasil seriam ocupadas de acordo com a classificação dos clubes no Campeonato do Nordeste. Fora que iríamos aumentar a qualidade de nosso jogos, movimentar o mercado de jogadores e a rivalidade estadual iria continuar, pois os times do mesmo estado continuariam se enfrentando. É hora de mudar.