Um imperador em terras tupiniquins

Por Gilberto Prazeres

Na semana passada, o nome do atacante Adriano esteve mais uma vez nas capas dos jornais por conta dos seus problemas extra-campo. Um amigo do jogador teria batido com o carro do atleta do São Paulo durante a madrugada e, por isso, o centroavante chegou atrasado ao treino do dia seguinte no Morumbi. Por enquanto, tudo “quase” normal. Mas, o camisa dez do tricolor paulista pediu uma entrevista coletiva com a imprensa e, quando todos achavam que haveria uma retratação ou uma explicação pública do episódio , ele disparou: Eu sou o Imperador e vocês vão ter que me chamar assim!

Todos ficaram perplexos com atitude do atacante. Ele demonstrou uma soberba a lá Romário, mas sem a mesma simpatia do baixinho. Ninguém nunca deixou de chamá-lo desta forma. O que estava acontecendo é que o Adriano não vinha merecendo o título conquistado na Itália. Os muitos problemas pessoais eram as únicas manchetes que poderiam ser relacionadas ao nome dele, já que nos últimos tempos o futebol apresentado pelo centroavante não era lá algo imperial.

Adriano precisa perceber que ele vai ser chamado de Imperador sempre. Mas, a ocasião é que vai determinar se é o termo está sendo empregado por hábito ou mérito. Ontem, o centroavante foi decisivo ao marcar os gols que garantiram a vitória por 2 a 1 para o São Paulo contra o Audax Italiano (CHI), pela Libertadores da América, no Morumbi. Hoje, os jornais o chamaram da forma que ele tanto gosta, porém, desta vez foi exclusivamente por mérito. Quem sabe o centroavante, ao ler as notícias esportivas, caia na real e veja que seu nome fica muito melhor quando na frase também exista a palavra gol?